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Os Gigantes da montanha

Ilse Paulsen, outrora atriz, decide largar os palácios de mármore e descer à terra com a dívida sagrada de levar à humanidade a poesia da obra que lhe devolveu a paixão pelo que foi um dia.

O que é Os Gigantes?

Sim! Perguntamos o que é os Gigantes e não “quem são os Gigantes” ou sequer “o que são”; a única coisa que agora temos por certo é que Gigantes não tem forma, apenas uma dimensão imensurável, mas superior a tudo o que conseguimos ver, sentir ou imaginar.
Neste espetáculo, entre atores e músicos somos mais de 20 aqueles que completam com a sua vida a vida das palavras dos poetas ou que fazem sair, por entre uma dança de notas musicais que se desamarram do papel, a poesia em estado sonoro.
Ainda que por instantes, por trás de personagens que interpretamos ou dos instrumentos que tocamos, revelamo-nos ao público, como por portas que deixam escancaradas a divisões dos seus sonhos, a nossa verdadeira forma. E é por essa enormidade que estamos apaixonados - os curtos momentos em que a razão e a funcionalidade não nos encontram e, em seu lugar, toma conta a poesia.
Vivemos constantemente esmagados por algo maior, algo que apenas por momentos nos permite “parecer connosco quando estamos sós” e deixa os nossos sonhos enclausurados em divisões das nossas mentes. Está no nosso profundo desejo descobrir alguém ou algo que provocou isto, algo que permite que os sonhos se mostrem apenas em episódios mágicos a que chamamos arte.
Por tudo isso somos irremediavelmente poéticos ... como o resto da humanidade.
À boleia de Pirandello e de toda a sua obra, ficamos convencidos de estar ainda mais baralhados em relação ao nosso lugar no Mundo, em relação ao nosso verdadeiro “eu” e aos muitos “eus” que vestimos e despimos com uma facilidade fantasticamente natural. São questões inerentes ao ser humano, que nos atravessam desde que o Homem tem noção da sua existência que nos levam a levantar um texto, ao mesmo tempo tão complexo e tão próximo de qualquer um que assista. Temos noção destes muitos “eus”, e sabemos qual deles é o mais verdadeiro. O que grita por vida. O mais poético. Esses aparecem quando nos permitimos, na intimidade do nosso pensamento, libertar os sentidos e sonhar com um Mundo onde estes fantasmas seriam os protagonistas. Esta realidade não coaduna com a outra realidade que nos assola ao abrirmos a porta de casa e dar-nos conta de que “gigantes” imperam, e então a alma fecha-se com medo, muito medo e põe-se à espera da próxima oportunidade para espreitar. O que é os Gigantes?
A vida da trupe de atores e os azarentos que habitam o universo dramatúrgico de Pirandello apenas poderia ser completa com a própria vida dos artistas que os interpretam sendo, os últimos e não os primeiros, a verdadeira metáfora. A metáfora viva da vontade humana de sonhar e fazer sonhar.
O que é esta necessidade fútil de cedermos à razão? o que é esta necessidade de ver em tudo uma função imediata? O que é os Gigantes? O que é este mundo irónico em que nos mostramos como larvas do que somos?

Ilse Paulsen, outrora atriz, decide largar os palácios de mármore e descer à terra com a dívida sagrada de levar à humanidade a poesia da obra que lhe devolveu a paixão pelo que foi um dia.
Naquele que seria o fim do caminho traçado por Ilse e o que resta da sua companhia de teatro, surge uma mansão fantástica. Sob as habéis palavras de Cotrone, o mago da mansão, é dado a ver a Ilse um espaço onde a sua obra poderá habitar.

Texto: Luigi Pirandello
Tradução: Margherita Mastellari
Direção: Hugo Inácio e Telmo Ferreira
Direção musical: Ricardo Jerónimo
Produção: João Cadete
Operação de som: Nuno Pompeu
Técnicos de som: Guilherme Pompeu e João Freitas
Figurinos e Cenários: Trincheira Teatro
Cabeleireiro: Carlos Gago, Ilídio Design
Fotografia: Carlos Gomes
Desenho, Cartaz e Grafismo: Ricardo Ladeira
Vídeos promocionais: Diogo Binnema
Voz Off: Emanuel Botelho
Frente de Sala: Jaime Castelo-Branco | Joana Rodrigues | João Cadete | Márcia Santos
Construção de cenário: Tiago Antunes e Nuno Pereira
Costureiras: Joana Rodrigues | Dona Madalena | Maria Augusta | Lídia Ribeiro
Elenco:
Alexandre Oliveira - Cotrone
Ana Rita Marques- Cáqueo
Beatriz Antunes – Sacerdote e Madalena
Bea Palaio – Duque Dócia
Catarina Martins – Lumaqui
Diogo Binnema - Conde
Eva Tiago – Mara- Mara
João Marcelino – Milordino
Matilde Fachada - Diamante
Miguel Figueiredo - Spizzi
Safire Hikari – Sgrícia
Teosson Chau – Cromo
Tiago Santos – Batalha
Vânia Fernandes – Ilse Paulsen
Músicos:
Ana Trindade – Flauta transversal, Percussão, Voz
Francisco Ferreira – Teclado, Violino, Bandolim, Melódica
Maria Caetano – Clarinete, Shaker, Clavas, Triângulo, Pau de Chuva
Marta Correia - Violino, Bandolim, Melódica, Percussão
Sebastião Medeiros aka El Swibly – Cajon, Djambé, Dijeridoo, Handpan

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